Um dia Virgulino encontrou um cara que disse que era a sua cara e que sabia tudo o que era bom pra Virgulino e disse que se a partir dalí Virgulino deixasse que esse cara o representasse e decidísse tudo por Virgulino, Virgulino então seria bem mais feliz. E virgulino deu então permissão para que o cara falasse por ele e foi só questão de tempo, mas o cara colocou Virgulino numa fria tão grande que uma multidão inteira queria Linchar Virgulino. E virgulino não sabia por que, não sabia explicar e procurou pelo cara, mas se lembrou que esse não tinha cara, então esse cara sumiu e Virgulino engoliu das pessoas toda a raiva criada por coisas que Virgulino jamais tinha dito.
Este texto é uma paródia burlesca sobre o ato de designar à um terceiro o direito legítimo e intransferível de tomar decisões.
Escolhemos nossas roupas, nosso corte de cabelo, nossa escova de dentes, escolhemos a cor da nossa parede, escolhemos nosso feijão, nosso arroz e escolhemos até nosso/a namorado/a. Por que é durante 4 anos continuamos a engolir essa pilantragem de que vivemos numa democracia enquanto estranhos escolhem o futuro da nossa cidade, Estado ou País no lugar da gente?
Sobre a liberdade de expressão: Nada do que sei é meu, nem mesmo as lembranças que guardo em minha mente e coração. Isso pra mim é algo tão certo, como estou certo de que vou parar de pensar logo que meu coração parar de bater. Mesmo assim, posso fazer uso do que eu bem entender que possa pra mim trazer algum prazer ou alívio de viver.