Mal eu havia comparitlhado em meu perfil numa rede social uma frase do escritor, romancista, dramaturgo, contista e ativista político russo Máximo Gorky, "Tudo o que é verdadeiramente sábio é simples e claro", quando um dos meus contatos que na verdade pouco contato estabelece comigo nos últimos tempos, fez questão de fazer um comentário dizendo: - Como, por exemplo, amar o seu semelhante! tão óbvio.
Naquela oportunidade até que concordei com ele, não estava disposto a entrar em maiores dilemas. Só que passados alguns dias isso ainda ficou me martelando a cabeça e foi tanto que inevitavelmente me vi obrigado a admitir que concordei mas lá no fundo eu não estava sendo honesto comigo mesmo."Tudo o que é verdadeiramente sábio é simples e claro", muitas vezes até mesmo como amar o seu semelhante, mas de óbvio isso não exatamente nada. Não pode ser que tenha! Não é possível que isso seja algo tão óbvio assim. Se fosse óbvio, certamente não estaríamos vivendo esse quiprocó enorme em que vivemos. A não ser que cada pessoa tivesse vindo cada uma de um planeta diferente e fosse impossível pra elas reconhecerem-se. A não ser que ninguém mais seja capaz ver qualquer semelhança entre si e qualquer outro mesmo sendo do mesmo planeta. "Tudo o que é verdadeiramente sábio é simples e claro", mas não como amar semelhante algum, se for, de óbvio isso não tem nada. Óbvio hoje em dia é o sentimento estranhamento mútuo e gratuito que as pessoas carregam consigo, óbvio mesmo é saber que a qualquer momento qualquer um pode ser mal compreendido, invejado, desprezado, julgado e odiado gratuitamente, só por uma simples incapacidade que as pessoas cada vez mais tem de ver semelhanças entre si e as outras, só por incapacidade de fazermos um mínimo e reflexivo exercício de alteridade de vez em quando.
"Tudo o que é verdadeiramente sábio é simples e claro". mas não como amar qualquer um que seja, talvez até seja óbvio que cada um tenha que amar a si mesmo acima de todas as coisas, mas nada nos impede de ter a mínima racionalidade e decência de respeitar a qualquer outro que seja, por mais estranho que este pareça.
Sobre a liberdade de expressão: Nada do que sei é meu, nem mesmo as lembranças que guardo em minha mente e coração. Isso pra mim é algo tão certo, como estou certo de que vou parar de pensar logo que meu coração parar de bater. Mesmo assim, posso fazer uso do que eu bem entender que possa pra mim trazer algum prazer ou alívio de viver.
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