Barrocas eram as pérolas que comparadas à outras mais arredondadas e melhor acabadas acabaram sendo consideradas defeituosas, esquisitas, desperdiçáveis, em vão. Mas bah! ocas mesmo tem sido quase todas as coisas das quais não se admite enleio qualquer. Vans expectativas criadas pela ingênua ilusão de que tudo tem de ser definitivo e perfeito. Como tanto fazem questão de ser essas... Bah! Ocas pessoas que de tão critícas manias não suportam qualquer defeito. Bla bla Bah!Com efeito, talvez eu mesmo não saiba o tamanho da asneira e porfia presentes em tudo isso que estou afirmando, e que mesmo assim, no entanto, não pude deixar de dizer. Estou jogando pérolas aos porcos? Estou revirando a lamaceira aonde ninguém se atreve a meter a mão mesmo que de lá possa arrancar algo de precioso, e que se por acaso me adornar o pescoço quem sabe enobreça o que eu digo.
Sei muito bem das cabeças ocas que tinham os nobres de certa época. Sei o quanto suas mulheres mesquinhas precisavam de pérolas ao redor de suas gargantas, em gargantilhas quase sempre tão apertadas que era pra estrangular boa parte das besteiras que pudessem lhes escapar de suas bocas cheias de si, enroladas pela própria lingua. Sei e não sei que enquanto isso seus homens também quase sempre ridículos mas só nobremente baldados, só enquanto usavam suas volumosas, coloridas e brilhantes perucas é que conseguiam encarar a si mesmo diante do espelho. Sei e não sei nada da culpa que o tempo tem se de ṕoca em época pouco importa se alguns andam em quatro patas enquanto outros simplesmente ruminam bobagens e estão longe de produzir sentido qualquer. Mas eu desço o barranco, chego ao fundo ou aonde tiver que chegar! E juro que vez ou outra, fico feliz em saber que as pérolas, sendo elas esquisitas ou negras (no sentido obscuro de ser), mesmo não tendo sido feitas pra isso, sempre absorvem e absolvem grande parte do aspecto ridículo que possa existir ou que qualquer um raramente consegue deixar de exalar. Repensando então o suor por exemplo, seja ele coisa de pobre ou de nobre eu juro que nunca conheci ninguém que fosse capaz de conte-lo. Seja com axe, rexona, formol ou até mesmo com aquela pomada fedorenta cura-tudo, que o tiozinho esquisito da cobra e do circulo de fogo sempre tentava vender no meio da aglomeração repleta transeuntes e estranhos. Que só lhe deram uma mínima atenção porque finalmente estavam um pouco esquecidos de si a ponto de acabarar lhe cedendo uma mínima mas sempre maliciosa atenção.cc
Sobre a liberdade de expressão: Nada do que sei é meu, nem mesmo as lembranças que guardo em minha mente e coração. Isso pra mim é algo tão certo, como estou certo de que vou parar de pensar logo que meu coração parar de bater. Mesmo assim, posso fazer uso do que eu bem entender que possa pra mim trazer algum prazer ou alívio de viver.
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