É admirável toda vontade de vida?
Por que não seria também admirábil a vontade de por tudo a perder? De uma só vez.
Se é verdade que cada um tem mais que obrigação de saber nem que seja minimamente de si, talvez também seja verdade que cada um tem também o direito de não estar nem aí, seja diante do espelho ou seja diante de qualquer valor ou juízo pré estabelecido.
Só que justo eu, que ainda acho que qualquer pergunta ou resposta forçada a ser generalizada sempre termina em equívoco, ainda assim me pergunto:
Viver num mundo pensado e organizado por um pequeno mas bem (intencionalmente mal) agrupado número de canalhas, que não fazem nada além de impor valor e tirar proveito do pouco que é aprendido e produzido por tantos outros seres irreconhecidos, quantas vezes não faz a felicidade (assim como o açúcar é para as formigas), raramente parecer ao alcance ou durar tempo suficiente pra saciar tamanha ilusão?
Sobre a liberdade de expressão: Nada do que sei é meu, nem mesmo as lembranças que guardo em minha mente e coração. Isso pra mim é algo tão certo, como estou certo de que vou parar de pensar logo que meu coração parar de bater. Mesmo assim, posso fazer uso do que eu bem entender que possa pra mim trazer algum prazer ou alívio de viver.
Comentários