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Eu não estendi a mão

O que destruiu essa pessoa que me bateu a porta
Destruiu tanto que ela talvez nem tenha se dado conta que ja perdeu os dentes
Mas que mesmo assim ainda sorri e tenta ser sincera e pede ajuda
Em sua pele e ossos essa pessoa tenta permanecer de pé
Suportando se em sua desvantagem e sua contínua fé
Até quando o deus ou o diabo a arrasem de vez
Ou quem sabe não será a sua própria insensates
Essa pessoa de olhos azuis tão profundos
Deve ter nesse azul toda tristeza do mundo
Mas ela não pode medir e talvez nunca pôde
Não teve nada que fosse possível medir
E talvez toda vez que estendeu a mão
Não a seguraram ,só disseram não
Como eu também disse e sofro
Mas não como ela sofre
É ela que todo dia morre
E assim pouco à pouco
Eu contribuí um pouco
Só quero nunca mais
Ser tão frio e fugaz
Eu não estendi a mão
Mas compreendi meu não
Foi meu egoísmo
que me fez preocupar-me apenas comigo
Meu duro e congelado coração
Talvez contaminado por algo que um dia chamei de razão

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